A IGREJA IMPERIAL
DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.
No ano 305,
quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era
terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com
torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à
coroa estavam em guerra.
Os dois
rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter
visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal
vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a
batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na
superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha
travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este
morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez
aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a
coroa.
Em 323 AD,
Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então
favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em
toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto
cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas,
com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero
cristão.
O Domingo foi
proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do
Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto
para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram
proibidas
Apesar de os
triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a
sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe,
maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo
Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos
eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos
pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da
Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem
escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência
social e política.
- Os cultos de adoração
aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros
do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs
tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Vênus e
Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires
começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD
todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto
século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A
Fundação de Constantinopla
O Imperador
Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à
adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob
os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e
considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois
da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram
tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo
território.
As
Controvérsias
A Primeira Controvérsia
Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de Alexandria
defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não
admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio
também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino
não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em
325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada.
A Controvérsia de Apolinário
Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou
lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de
Constantinopla em 381 AD.
A Controvérsia de Nestor
Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo "
Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em
harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram
queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O
Desenvolvimento do poder na Igreja Romana
Roma
reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que
declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro
e Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam
fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e
Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores
fizeram Constantinopla.
Além disso
Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no
cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre
os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser
considerado como autoridade principal de toda a igreja.
Foi dessa
forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD, Roma ocupou o
primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar.
O
Cristianismo Vivo
O
Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos mencionar
aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para
manter vivo o Cristianismo.
Atanásio ( 296 - 373 )
Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e
se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco
vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim.
Ambrósio ( 340 - 397 )
Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado. Converteu-se
posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato
cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor
de vários livros.
João Crisóstomo ( 345 - 407 )
" Boca de ouro " em razão de sua eloqüência inigualável, foi o maior
pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla. Entretanto, sua
fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e
morreu no exílio.
Jerônimo ( 340 - 420 )
Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma. De seus
numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o
latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em
linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.
Agostinho ( 354 - 430 ) O
nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. Escritor de vários
livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência
de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o
maior expositor, desde o tempo de Paulo.
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