"" Como Entender a Bíblia

A ÉPOCA DO RELATIVISMO, HUMANISMO E PLURALISMO

O relativismo 


é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indivíduo definir a sua verdade e o seu bem. O indivíduo se torna o padrão ou a medida de todas as coisas. Esta teoria defende que o que é verdadeiro para uma pessoa, pode ser falso para outra. O que acontece é que, o que é verdadeiro em uma determinada situação, em outra situação envolvendo outro grupo de pessoas pode ser falso. A teoria relativista torna o conhecimento muito fácil de adquirir, pois parece que podemos fabricar verdades, de modo que, adotando o relativismo, praticamente, não haveria mais espaço para o cético.
                A partir da abordagem da teoria, infere-se que a verdade é os critérios     para identificar o que é verdadeiro. Porém, uma pergunta que pode ser feita ao relativismo é: O que, de fato, torna algo verdadeiro? Outro ponto relevante para a discussão, é que a teoria não define o que é verdade (Jo 17:17). No entanto, a pior falha do relativismo é que, como ele é comumente apresentado é autodestrutivo. O relativismo afirma que todas as verdades são relativas, cabe a pergunta: A verdade do relativismo é relativa?
               Se os teóricos responderem de forma positiva, eles estarão comprometendo-se a afirmar que a verdade defendida por eles representa, apenas, a opinião de um grupo de pessoas. Mas, mais trágico para o relativismo do que isso, é que se a verdade do relativismo é relativa, pode existir uma situação em que ela seja falsa, e, portanto, seria falso afirmar que todas as verdades são relativas; indo, assim, frontalmente de encontro com o que a teoria afirma. Se os que advogam por esta visão, responderem de forma negativa a pergunta, então, teremos uma verdade que é contrária ao que o relativismo propõe. Se a verdade do relativismo não é relativa, a própria teoria por si só desmorona-se, já que ela afirma que todas as verdades são relativas, mas sua verdade não o é.


Humanismo 


no sentido amplo, valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo. Está relacionado em valorizar os atributos e realizações humanas. O mesmo rompe a forte influência da fé, não somente elimina a história bíblica e o grande papel central da nossa fé cristã, mas também vê a História como uma sucessão de lances de azar em lugar de ver propósito nela. A História, para o humanista, na melhor das hipóteses, está determinada pelo homem, contudo, para o cristão, ela está determinada por Deus. O teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar ao antropocentrismo, passando o homem a ser o centro de interesse. 
                A soberania do Deus triúno é o ponto de partida, e este Deus fala através de sua Palavra infalíve (II Pe 1:20). Devemos aceitar Deus como Deus. Ele é o único Senhor (Is 45:21). A Pessoa e a Palavra de Deus são a Verdade. A educação é de acordo com a verdade de Deus em cada área, é a disciplina em um conjunto da verdade e este conjunto da verdade aumenta com pesquisa e estudo, mas a verdade é objetiva e dada por Deus (II Tm 3:16 – 17).



Pluralismo 


é o espaço de ação partilhado por grupos de diferentes origens étnicas e culturais, quer seja do foro religioso, de negócios, de lazer e das relações pessoais ou familiares.



Todos caminhos levam a Deus?



             “Política, futebol e religião não se discute”. Esses que levantam essa bandeira bradam, na mesma voz, que todos os caminhos levam a Deus (ou ao paraíso, ou à salvação). Será?
              Ao analisar as crenças de alguns grupos religiosos, principalmente quando observamos o que estes grupos afirmam sobre questões básicas da fé cristã, no que diz respeito a quem é Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo, o homem, a Bíblia, a igreja, a salvação e o pecado, podemos constatar que não existe concordância, que não se fala a mesma língua.
             Pluralismo Religioso é diferente de diversidade ou variedade religiosa. Diversidade/variedade é o fato de que existe uma gama imensa de credos, que até certo ponto produzem benefícios aos indivíduos e a sociedade, e isso é um fato inegável. Ao falar em Pluralismo Religioso designamos a filosofia que afirma que todas as religiões são iguais, boas, com os mesmos fins e que na essência possuem o mesmo sistema de crenças, levando por consequência ao mesmo fim. A pessoa que aceita o pluralismo religioso não é necessariamente praticante de uma religião, mas sim de uma filosofia religiosa. O Pluralismo Religioso é a crença de que toda religião é verdadeira.
            Aqueles que defendem a filosofia do Pluralismo Religioso acham que qualquer produto do mercado da fé pode atender as necessidades humanas, por isso tudo é bom e de valor. A questão da utilidade destes produtos vem à tona. Não há uma busca e um exame pelo verdadeiro, mas sim pelo útil. Por exemplo, uma pessoa que possua sua própria religião (um budista), se dirige ao Kardecismo para buscar a comunicação com entes queridos já falecidos. Este simpatizante do Karcecismo abraça-o buscando tão somente a utilidade que o Kardecismo apregoa, mesmo sendo budista. Logo, os pluralistas religiosos são caçadores de benefícios, e não se importam se os benefícios que buscam se tornem como vendas em seus olhos. Na contramão desta filosofia está o Exclusivismo Religioso. O Cristianismo é exclusivista. Por maior que seja o grito dos pluralistas, Jesus Cristo, o Filho de Deus disse que é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6).




Estudo Sobre o pensamento pós-apostólico

PENSAMENTO PÓS-APOSTÓLICO (100 – 500)




PANORAMA DO PERÍODO


Diferenças Entre a Igreja do ano 100 e a do ano 500 A.D.


A Igreja do ano 100 A.D. era uma pequena minoria espasmodicamente perseguida. Os Evangelhos e epístolas estavam em circulação, mas não tinham sido reunidos para formar um Novo Testamento. Havia afirmações curtas de fé como “Jesus é o Senhor”, porém, não havia credo formal a ser recitado. A organização da Igreja ainda era fluida e variava de região para região, como nos tempos do Novo Testamento. Não havia normas estabelecidas de adoração; orações particulares, como a “Oração do Senhor” eram usadas.

Por volta do ano 500 A.D. um quadro bem diferente emergira. A grande maioria das pessoas dentro do Império Romano chamava a si mesma de cristã e o cristianismo tornara-se religião oficial do estado. Havia também igrejas importantes fora dos limites do império, como na Etiópia ou na Índia. As Escrituras consistiam de um Antigo e Novo Testamento, este último idêntico ao nosso de hoje, com algumas poucas variações locais remanescentes. Dois credos importantes eram largamente usados. Além de uma clara compreensão de “ortodoxia” como oposto a heresia, especialmente a respeito das doutrinas da Trindade e da pessoa de Cristo. O ministério da Igreja em todo lugar tomara a forma tríplice: bispos, presbíteros e diáconos, embora permanecessem diferenças regionais menores. O culto na Igreja era inteiramente litúrgico com formas fixadas de oração.


Como se Processaram as Mudanças.


Ocorreram gradualmente ao longo de quatro centenas de anos. De um modo geral, foram boas e refletiram um crescimento saudável da parte da Igreja. Nem todas as mudanças, porém, foram necessariamente para melhor. Muitos consideram, hoje, a aliança com o Estado e a transformação do cristianismo na religião oficial como sendo, no máximo, uma bênção misturada, se não uma maldição de fato. Muitos ficariam menos que entusiasmados quanto à forma de ministério que emergiu e quanto à supressão das formas livres de adoração.

Dois pontos decisivos principais na vida da Igreja antiga: Até o ano 70 A.D. os discípulos de Jesus eram predominantemente judeus e geralmente vistos como um grupo divergente dentro do Judaísmo. Os “Nazarenos” poderiam ser considerados como uma seita judaica, junto com os Fariseus, os Saduceus e Essênios (At 24.5). A Igreja mãe estava em Jerusalém – o apóstolo Paulo teve que lutar pelo reconhecimento de sua missão entre os gentios.

No ano 70 A.D. Jerusalém foi saqueada pelos romanos, como Jesus havia profetizado, e não houve mais Igreja em Jerusalém. Dessa época em diante foi a igreja gentia que foi dominante. A igreja guia logo tornou-se a de Roma, a capital do mundo gentio. Enquanto para a Igreja do Novo Testamento a questão ardente era “devem os gentios ser circuncidados?”; para a Igreja do século II a questão era podem os judeus continuar a guardar as leis judaicas?”. O cristianismo se transformara de uma seita judaica numa fé potencialmente universal.

Até a conversão do Imperador Constantino ao Cristianismo, em 312, a Igreja era uma minoria divergente, perseguida de vez em quando; isso mudou rapidamente, Constantino parou a perseguição e ofereceu à Igreja o apoio e o favor oficiais. Dos imperadores que se seguiram, apenas um foi pagão. O Cristianismo tornara-se religião oficial do Estado. O elo entre Igreja e o Estado era recebido entusiasticamente por alguns naquela época, por exemplo, Eusébio de Cesaréia. Hoje, este elo, ainda é defendido por muitos.

Mas alguns tinham dúvidas desde o início, e é cada vez mais elegante hoje se referir ao elo como um erro terrível. Várias questões estão envolvidas: Primeiro, a adoção do cristianismo como religião do Estado levou a um afluxo em massa de convertidos superficiais do paganismo, isto resultou em declínio dos padrões morais e a adoção de algumas práticas pagãs e idolátricas; Segundo, a Igreja perseguida dos mártires tornou-se pouco tempo depois a Igreja perseguidora do Estado; Terceiro, quando a Europa tornou-se cristã, o cristianismo estava prestes a ser a religião tribal dos europeus.


A Divisão Entre o Leste e o Oeste.


A Igreja antiga, como o Império Romano, era dividida no leste de fala grega e no oeste de fala latina. Por trás da diferença lingüística estavam as diferenças culturais entre os mundos grego e romano.

O cristianismo gentio mais antigo era grego e o Novo Testamento foi, naturalmente, escrito na mesma língua. Mesmo no Ocidente as igrejas mais antigas eram de língua grega, a Igreja de Roma permaneceu predominantemente com esse idioma durante o terceiro século.

Os primeiros traços do cristianismo latino são encontrados no norte da África. O africano Tertuliano (no final do segundo século) foi o primeiro escritor cristão latino importante.

No início dos séculos, as igrejas grega e latina coexistiram pacificamente, embora houvesse tensões de vez em quando. Mais tarde, após o colapso do Império Romano no Ocidente no quinto século, as duas igrejas se separaram, resultando as igrejas Ortodoxa do Oriente e a Católica Romana no Ocidente, respectivamente.




A Homilética e sua origem

A ORIGEM DA PALAVRA





Se você quer aprender teologia, tem que estar ciente que a palavra é um veículo de comunicação que pode ser expressada por várias maneiras e o teólogo tem que buscar dominar essas maneiras:

a)      Sinais corporais – gestos;
b)      Sinais sonoros – fala;
c)      Sinais gráficos – escrita;
d)      Sinais luminosos – luzes.

A palavra falada é um fenômeno bio-psíquico-social.

a)      Biológico – porque só é possível a um ser dotado de cérebro, capaz de comandar um sofisticado sistema nervoso.
Ex.: O papagaio fala, mas não coordena as idéias.
b)      Psicológico – por que este cérebro tem que produzir pensamentos concretos.
c)      Sociológico – porque este cérebro tem que reconhecer o valor dos indivíduos de sua espécie (saber o que diz).

O convívio social é que obrigou o homem a pôr nome nas coisas, a organizar suas idéias e a desenvolver o complicado mecanismo da comunicação oral. Muito tempo depois de ter vocalizado a palavra é que surgiu a escrita.

A ORIGEM DA CONVERSA


O convívio social é que levou o homem a inventar a palavra e a frase, produzindo, assim, a conversa.

·        O que é a conversa?

É um diálogo entre duas ou mais pessoas. Os gregos davam à conversa o nome de homilia. Os romanos a chamavam de sermonis.
Conclusão: homilia e sermonis são sinônimos.

A ORIGEM DO DISCURSO


O convívio social que produziu a palavra e a conversa produziu o discurso.
DIS – contra / CURSARE – correr (tem a idéia de correr de um lado para o outro).
            A conversa é um diálogo em que o interlocutor tem uma participação direta e real. O discurso é um diálogo em que esta participação é direta, mas de forma imaginária.
No discurso, a pessoa que fala imagina que está trocando idéias com os seus ouvintes e espectadores.
Ninguém sabe quando surgiu o discurso, mas podemos imaginar como ele apareceu. Foi quando alguém teve que alterar a intensidade da voz, para se comunicar com um grupo de pessoas, pois o discurso tem essas duas marcas de identidade:

-         A pessoa fala a um grupo;
-         É preciso falar mais alto.

O discurso nasceu na Grécia. Os gregos, que inventaram a democracia, foram os primeiros a estudar as técnicas do discurso. Na Grécia Antiga, os gregos praticavam a democracia em praça pública, onde participavam de acaloradas discussões e faziam deliberações sobre os problemas urbanos comuns.
Falar em público tornou-se a coqueluche grega. Daí surgiu a retórica.
      A palavra retórica é grega, e deriva de rêtos, palavra falada. O retor entre os gregos era o orador de uma assembléia.
CÓRAX, um sofista ( pessoa que fala no sentido de enganar), residente na cidade de Siracusa, na Grécia, 500 AC, foi o  primeiro a traçar as normas de um discurso.

A DISPOSIÇÃO

-         Introdução;
-         Narração;
-         Argumento;
-         Observações adicionais;

Para o filósofo Sócrates, a retórica usada pelos sofistas era perigosa, pois os mesmos não agiam com ética, mas, mesmo assim, reconhecia o seu significado. Sabia do perigo que representaria quando utilizada por mestres imorais, que poderiam usá-la para fins escusos.
A palavra demagogo, que significa guia do povo ou líder popular, logo passou a significar, pejorativamente, aquele que ilude, que engana, que trapaceia o povo.
O maior orador grego foi Demóstenes. Dizem que ele tinha dificuldades de fala, pois era gago.
Os romanos, que tinham grande influência cultural dos gregos, se empolgaram tanto com a retórica, que logo a absorveram com o nome de Oratória. O maior orador romano foi Cícero. O maior orador teórico foi “Quintilano”. A melhor e mais completa obra de oratória da Antigüidade é “Instituição Oratória”, de sua autoria.
Tanto os romanos quanto os gregos nada sabiam de “Retórica Sacra”. Coube ao Cristianismo, por ser uma religião universal eminentemente missionária, a tarefa de criar a retórica sacra.
A palavra “Homilética” vem, pois, de homilia, que significa conversa ou conversação. Com o decorrer do tempo, essa palavra, como a latina “sermonis” sofreram uma alteração semântica e vieram a significar “discurso”. Nas sinagogas, os judeus limitavam-se a ler as Escrituras no culto, e a exortar o povo. Jesus introduziu uma novidade, aplicando o texto à sua própria vida (Lc 4:16-22).

Os sermões de:
·        Pedro (At 2:14-24);
·         Estevão (At 7:1-53);
·        Paulo (At 13:16-48), consistiam em narrar os fatos bíblicos e aplicá-los à vida de Jesus, para provar que Ele era realmente o Messias prometido.

A Homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, seguindo as técnicas da retórica (gregos) e da oratória ( romanos).
Se a retórica e a oratória são usadas para identificar o discurso secular, a homilética identifica o discurso sacro, religioso e cristão.
A partir da Reforma (31/10/1517), quando a Bíblia passou a ser o centro da pregação e quando os sermões deixaram de ser apenas discursos éticos ou litúrgicos para se transformarem em mensagens verdadeiramente evangélicas, a homilética passou a ser a arte de pregar o evangelho.
Assim, a homilética é:

·        Uma ciência: quando considerada sob o ponto de vista de seus fundamentos teóricos;
·        Uma arte: quando considerada em seus aspectos estéticos;
·        Uma técnica: quando considerada pelo modo específico de sua execução e ensino.

O PÚLPITO



            O púlpito, entre os romanos, era a plataforma do teatro onde os atores se apresentavam. A pregação exigiu que os pregadores fossem destacados, e construíram-se estrados, nos quais eles se posicionavam para pregar.
            Os católicos levaram não só o púlpito, mas também o altar para dentro dos templos. Só que o altar foi para o centro e o púlpito ficou à margem.
            A maior revolução se deu mesmo no Protestantismo, quando o altar foi abolido e o púlpito ocupou o seu lugar (no centro).
            A centralização do púlpito revelou que, para os protestantes, a pregação era o ponto alto do culto.

·        Cuidado! Atualmente o método prevalecente de evangelização entre nós é o “vinde” e não o “ide” de Jesus. Nos preocupamos mais com o fazer convidadores do que com o fazer proclamadores do evangelho.

HERMENÊUTICA


            É um estudo criterioso do texto bíblico, para que ele possa ser interpretado e aplicado de forma correta no desenvolvimento do sermão.
            Não devemos esquecer que a Bíblia é a autoridade suprema. Nada deve tomar o seu lugar. Uns crêem na tradição, já outros evocam a razão, e tem aqueles que estão sob a batuta da experiência.

·        Qual a natureza da Interpretação?

a)      Interpretar corretamente requer reforço mental e espiritual do intérprete para descobrir o pensamento do autor original, que foi inspirado por Deus.
b)      Cada aluno precisa fazer um estudo sério da hermenêutica, que é o estudo das leis ou ciência da interpretação bíblica.  

·        Por que há falhas na interpretação?

a)      Alguns confiam na sua própria eloqüência, e não dão atenção suficiente à busca do sentido real do texto.
b)      O uso excessivo de material extra-bíblico, substituindo o material que deveria ser extraído do texto bíblico.
c)      Muitos são preguiçosos demais para fazer um estudo adequado e sério do texto bíblico.
d)      Alguns não conhecem o trabalho necessário para se tornarem intérpretes da Palavra de Deus.
e)      Outros não tem tempo para fazer um estudo sério dos textos escolhidos.
f)        Muitos fracassam na interpretação do texto, porque negligenciam ou não entendem a fraseologia do texto. (Jo 21:25; Jo 1: 10; Jo 3:16; I Jo 2:15).


Veja esse vídeo para intender como a teologia é importante para o cristão.


Estudo sobre a igreja imperial

A IGREJA IMPERIAL


DE CONSTANTINO, 313 AD ATÉ À QUEDA DE ROMA EM 476 AD.

No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.
Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao clero cristão.
O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a igreja:
- As perseguições acabaram
- A crucificação foi abolida
- Templos restaurados e muitos construídos
- O infanticídio foi reprimido
- As lutas de gladiadores foram proibidas
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Vênus e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A Fundação de Constantinopla
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.
As Controvérsias
A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325 AD onde a doutrina de Ário foi condenada.
A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de Constantinopla em 381 AD.
A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia. No Concílio de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O Desenvolvimento do poder na Igreja Romana
Roma reclamava para si autoridade apostólica. A Igreja de Roma era a única que declara poder mencionar o nome de dois apóstolo como fundadores, isto é, Pedro e Paulo. A organização da Igreja de Roma e bem assim seus dirigentes defendiam fortemente estas afirmações. Neste ponto há um contraste notável entre Roma e Constantinopla. Roma havia feito os imperadores, ao passo que os imperadores fizeram Constantinopla.
Além disso Roma apresentava um Cristianismo prático. Nenhuma outra igreja a sobrepujava no cuidado para com os pobres, não somente com os seus membros , mas também entre os pagãos. Foi assim que em todo o ocidente o bispo de Roma, começou a ser considerado como autoridade principal de toda a igreja.
Foi dessa forma que o Concílio Calcedônia, na Ásia Menor, no ano 451 AD, Roma ocupou o primeiro lugar e Constantinopla o segundo lugar.
O Cristianismo Vivo
O Cristianismo dessa época decadente ainda era vivo e ativo. Devemos mencionar aqui alguns bispos e dirigentes da igreja nesse período que contribuíram para manter vivo o Cristianismo.
Atanásio ( 296 - 373 ) Foi ativo defensor da fé no início do período. Já vimos como ele se levantou e se destacou na controvérsia de Ário; foi escolhido bispo de Alexandria. Cinco vezes exilado por causa da fé, mas lutou fielmente até o fim.
Ambrósio ( 340 - 397 ) Foi eleito bispo enquanto ainda era leigo e nem mesmo batizado. Converteu-se posteriormente, repreendeu o próprio imperador (Teodósio) por causa de um ato cruel e mais tarde o próprio imperador o tratou com alta distinção. Foi autor de vários livros.
João Crisóstomo ( 345 - 407 ) " Boca de ouro " em razão de sua eloqüência inigualável, foi o maior pregador desse período. Chegou a ser bispo em Constantinopla. Entretanto, sua fidelidade, zelo reformador e coragem, não agradava à corte. Foi exilado e morreu no exílio.
Jerônimo ( 340 - 420 ) Foi o mais erudito de todos. Estudou literatura e oratória em Roma. De seus numerosos escritos, o que teve maior influência foi a tradução da Bíblia para o latim, obra que ficou conhecida como Vulgata Latina, isto é, a Bíblia em linguagem comum, até hoje usada pela Igreja católica Romana.
Agostinho ( 354 - 430 ) O nome mais ilustre desse período, bispo em Hipona na África. Escritor de vários livros sobre o Cristianismo e sobre a própria vida. Porém a fama e a influência de Agostinho estão nos seus escritos sobre a teologia cristã, da qual ele foi o maior expositor, desde o tempo de Paulo.

Aprenda mais sobre teologia nesse vídeo



Estudo Sobre preservação da revelação: A Inspiração

preservação da revelação: A Inspiração






Definição de inspiração da Bíblia: A inspiração é a influência exercida pelo Espírito Santo sobre o espírito daqueles que escreveram a Bíblia, para que eles anunciassem e redigissem de maneira exata e autorizada a mensagem recebida de Deus. A inspiração diz respeito ao registro da verdade revelada por Deus.


“A revelação é a comunicação de Deus aos homens, transmitindo-lhes a verdade que precisam conhecer para terem um relacionamento correto com ele”5. Isto bastava para os que receberam a revelação diretamente de Deus. No entanto, Deus não repete a mesma revelação para todos os homens, portanto, era necessário que houvesse uma maneira confiável de registrar a revelação de Deus para que ela continuasse a ser fielmente a Palavra de Deus. A transmissão oral não seria confiável.


A doutrina da inspiração nos assegura que os registros que temos da revelação de Deus são realmente confiáveis e são a própria Palavra de Deus. A revelação tem um caráter mais vertical (Deus à homem), enquanto que a inspiração está mais relacionada com o registro para a transmissão horizontal (homem à homem).


Pode haver revelação sem inspiração: Deus revelou e a revelação não foi registrada – exemplo: João 21:25.


Pode haver inspiração sem revelação: o Espírito Santo levou os autores das Escrituras a registrarem palavras ditas por descrentes que com certeza não eram reveladas por Deus (exemplo: os amigos de Jó) ou então, informações gerais acessíveis a qualquer pessoa (genealogias, fatos da história contemporânea) que não precisavam de uma revelação de Deus).


2 Pedro 1:20-21 – “as profecias do Antigo Testamento não foram produzidas por vontade ou decisão de um ser humano, antes, as pessoas foram movidas pelo Espírito de Deus. O ímpeto que as levou a escrever vinha do Espírito Santo”


2 Tm 3:16, 17 – “inspirada por Deus” = “soprada por Deus, produzida pelo sopro criador de Deus, dada por Ele, falada por Ele”. (veja também Sl 33:6).


A inspiração é um milagre de Deus. 


As Escrituras afirmam constantemente o milagre, porém nem Paulo, Pedro, ou nenhum outro, jamais nos revelaram como ele foi operado, nem qual a maneira e a medida exata da influência divina exercida sobre os autores sagrados. No entanto, o exame de alguns casos concretos da Bíblia nos ajuda a compreender certos aspectos da ação divina.


1- A inspiração é dada por Deus de maneira absolutamente soberana. O Espírito fala e faz escrever, quando e como Ele quiser. Os profetas, então, não falavam como ou quando eles quisessem, nem em dias fixos. Eles esperavam que uma mensagem lhes fosse comunicada do alto (Jr 1:2; Hc 2:1-2).


2- Em geral, o autor sagrado mantinha sua lucidez plena (ele tinha o espírito acordado), dialogando com o Senhor, fazendo perguntas, e comunicando suas reações (Is 6:11; Jr 14:13).


3- Frequentemente o escritor tinha dificuldade para entender a mensagem. Às vezes as mensagens são surpreendentes, assustadoras ou incompreensíveis (Dn 8:15, 27), o que demonstra que não tinha origem no escritor.


4- Os escritores têm completa certeza de transmitir as exatas palavras de Deus.


* Moisés – repete mais de cinqüenta vezes, apenas no livro de Levítico, uma frase como esta : “Chamou o Senhor a Moisés... e lhe disse: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes...”.
* Davi – 2 Sm 23:2.
* Jeremias – ele usa constantemente uma fórmula desse tipo: “A Palavra do Senhor veio a mim, dizendo...”, “O Senhor me disse...”, “Assim fala o Senhor...”.
* No total, no Antigo Testamento, esses termos foram utilizados mais de 3.800 vezes!
* Paulo – 1 Ts 2:13.

* João – Ap 1:1-2, 2:18, 19:9.

A ÉPOCA DO RELATIVISMO, HUMANISMO E PLURALISMO

O relativismo   é uma corrente que nega toda verdade absoluta e perene assim como toda ética absoluta, ficando a critério de cada indiv...